Luce
Yrigaray num texto lindo chamado "La cultura de la diferencia"
pergunta como as mães podem dar às filhas a possibilidade de um espírito e de
uma alma? E diz que isto pode se realizar graças a existência de relações
subjetivas entre mães e filhas e oferece uma lista de sugestões práticas para
cultivar este tipo de relação. Uma delas é a necessidade de que as mães e as
filhas fabriquem objetos intercambiáveis entre elas para que possam se definir
como um eu - nós - e um tu femininos: "Digo "intercambiables"
porque los objetos que se pueden compartir, fraccionar, consumir en común
pueden prolongar la fusión. Los únicos asuntos que habitualmente intercambian las
mujeres son los referidos a los niños, a la comida, y, a veces, a su arreglo
personal o a sus aventuras sexuales. Y para bien hablar de los otros y de sí
mismas, es útil poderse comunicarse a propósito de las realidades del mundo, poder
intercambiar alguna cosa."
Quando
morei na Argentina, em Mendoza, uma velha maga me disse que eu sempre tivesse
pequenas bonecas em casa, que elas representam a nossa intuição feminina. Desde
então coleciono pequenas "matrioskas", indianas, russas, japonesas.
Ontem no Curso de Literatura de Autoria Feminina em Brasília desmembrei as
pequenas bonecas e distribui uma para cada uma das minhas alunas. Que é uma
maneira de dizer a elas que estaremos sempre juntas, porque quando somos
capazes de realizar um sonho como este é curso para todas nós, nada poderá,
jamais, nos separar. Obrigada, minhas queridas.
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